Cinco pijamas infantis contêm químicos perigosos para a pele
Estudo da Deco avaliou pijamas escolhidos de forma aleatória com base em normas auto-regulatórias
Alexandra Marques
A Deco - Associação de Defesa do Consumidor detectou "substâncias perigosas", por poderem causar alergias, eczemas e irritação na pele, em cinco dos 15 pijamas infantis analisados. As marcas Billy Blue BG Folich, Chicco Chi by Night, Noddy (Vertbaudet), Ruca (Fábrica de Tecidos Jacinto) e Prénatal Giants Club apresentaram ftalatos.
Esta substância plastificante encontra-se nos estampados e "estudos animais mostram que que pode prejudicar o fígado e os rins". O artigo publicado na "Teste Saúde" de Abril alerta ainda para o facto destes químicos serem "sobretudo perigosos em artigos de puericultura destinados a crinças pequenas, que os levam à boca por longos períodos."
No pijama Prénatal Giants Club foi ainda encontrado formaldeído, um composto orgânico "reconhecido como cancerígeno" para o ser humano e "o contacto directo com a pele, em especial das crianças, pode provocar irritação".
Sem propósito publicitário, mas com o intuito de sossegar os pais quanto às restantes dez marcas que passaram no exame, o JN faz questão de as mencionar.
São elas as da Disney Tigger (H&M); Red Code; Oysho Peanuts Snoopy; Piratas das Caraíbas (La Redoute); C&A Disney Pixar, Zara Super Homem; Graipe de Rêve (Fabio Lucci); Benetton Red Wood Mall; Petit Patapon Bed Time e Disney Minnie Dance. Por não haver uma lei reguladora para os têxteis infantis, a Deco avaliou o teor de químicos "com base na norma ÖKo-Tex Standard 100" e os ftalatos pela "directiva dos brinquedos e artigos de puericultura".
A Deco informou os respectivos fabricantes do resultado do estudo, mas segundo Fátima Ramos, apenas a Billy Blue reagiu, garantindo que a próxima colecção já não conterá a tal substância. A Prénatal respondeu que os seus pijamas "estavam dentro da lei".
Porque foi analisada a presença de corantes, formaldeído, ftalatos, benzeno e metais pesados e destas substâncias "apenas os corantes azóicos, que libertam compostos cancerígenos, têm limites definidos numa directiva".
"A escolha foi aleatória. Procurámos marcas representativas e fomos a grandes cadeias de distribuição e hipermercados", explicou a técnica, que adiantou ao JN estar este resultado "dentro da média europeia". Ou mesmo acima, uma vez que em Portugal não foram detectados corantes.
A quem compra roupa para crianças, Fátima Ramos aconselha a preferência pelo rótulo ecológico europeu ou Öko-Tex, como garantia de ausência de químicos nocivos e a lavagem obrigatória e prévia de qualquer peça têxtil (a elevadas temperaturas) "porque desta forma se elimina grande parte do risco.
Tirado do Público.