sexta-feira, 13 de abril de 2007

Come a sopa, Joana, come a sopa

Num artigo publicado no portal da educaçao, Paula Veloso, nutricionista, escreve sobre a importância da sopa.
Quando se tem filhos, a sopa ganha uma relevância ainda maior. Foi talvez por isso que este artigo nos suscitou a atenção.

Segundo a nutricionista, “uma sopa não tem que conter, no mesmo dia, uma infinidade de legumes para aumentar o seu valor nutricional. Este é um erro comum que leva muita gente, crianças e adultos, a preteri-la. Deve ser saborosa e variada ao longo dos dias... pela sua riqueza nutricional e pelo seu baixo valor calórico, deveria ser obrigatória nas refeições de todos os que querem ser saudáveis.

Independentemente da região onde é consumida, tem sempre uma base constituída maioritariamente por água, "farináceos" que, dependendo da situação geográfica, podem ser batata, feijão ou outra leguminosa, ou mesmo pão, como na região alentejana. Invariavelmente, os produtos hortícolas como hortaliças de diversos géneros, cenouras, cebolas, abóbora, tomates, feijão-verde, entre muitos outros, entram também na sua constituição. Tudo temperado com um fio de azeite. Sim, um fio, não um rio!

Rica em vitaminas, minerais e antioxidantes - tão procurados nas farmácias a preço bem mais elevado e, seguramente, sem a mesma biodisponibilidade tem também um apreciável teor de fibras, idealmente combinadas com água para uma maior saciedade e um melhor funcionamento intestinal.

Boas razões para comer sopa


Além de ser indicada no tratamento da obesidade, é importante para a manutenção do peso ideal, para as pessoas que sofrem de falta de apetite ou têm dificuldade em digerir, para os idosos ou ainda para controlar a ingestão compulsiva de alimentos nas crianças, porque:

• é um alimento pouco calórico e com uma grande variedade de legumes, de sabor sempre diferente (nota: quando as pessoas usam cubos de caldos de carne, que, além de um desinteressante valor nutricional, têm sal em excesso, tornam as sopas muito idênticas);

• a combinação de fibras alimentares com um elevado teor em água tornam-na num bom regulador intestinal;

• nas crianças, constitui muitas vezes a única forma de estas ingerirem vegetais;

• permite aproveitar vitaminas e minerais que se perdem quando se desperdiça a água de cozedura;

• é pouco alergénica (fraca probabilidade de provocar alergias);

• não contém as moléculas agressivas que se formam noutros processos de confecção (como nos fritos ou nos grelhados na brasa);

• proporciona ao organismo um bom aproveitamento dos seus nutrientes;

• é de fácil digestão;

• por ser um alimento com grande volume, sacia rapidamente, ao mesmo tempo que contém poucas calorias, sendo, por isso, um importante alimento na prevenção e combate à obesidade.

Algumas sugestões de e para as sopas

Um dos truques para se gostar de sopa é variar os ingredientes que constituem a sua "base", bem como os vegetais que ficam a "nadar". Uma sopa não tem que conter, no mesmo dia, uma infinidade de legumes para aumentar o seu valor nutricional…

É importante que a base da sopa, constituída por farináceos, se assemelhe a um creme fino, e que não se deite mais massa ou arroz inteiros, a não ser no caso em que esta seja o único prato da refeição. O azeite adicionado não deverá exceder uma colher de café ou chá por cada prato…

Aqui fica uma pequeníssima amostra de sopas que poderá fazer…

Creme de cenoura
Base: batata, cenouras, cebola e nabo. Depois de bem cozidos, triture os legumes com a varinha mágica até obter uma sopa cremosa. Tempere com sal e um fio de azeite.

Sopa de agriões
Base: batata e (pouca) cenoura. Deixe cozer bem, tempere, triture e, no final, junte os agriões e um fio de azeite.

Caldo-verde
Base: batata e cebola. Deixar cozer, passar com a varinha, deite a couve cegada e deixe cozer pouco. No fim, adicione um pouco de azeite.

Sopa de feijão-verde
Base: batata, cebola, cenoura e um tomate. Deixar cozer bem, passar com a varinha mágica e, no final, adicionar e deixar cozer o feijão-verde cortado transversalmente em lâminas. Acrescentar também um fio de azeite.

Creme de ervilhas
Base: ervilhas congeladas, batata e cebola. Deixar cozer muito bem e triturar, de preferência no copo liquefactor, até obter um creme. No fim, adicionar um pouco de azeite.

Sopa de alface
Base: batatas, cebola e cenoura ou abóbora. Deixa-se cozer tudo muito bem e passa-se com a varinha. Junta-se então a alface ripada e um fio de azeite e deixa-se cozer pouco tempo.”

A Piri-piri sugere a troca da batata por courgettes. Até a sopa fica mais cremosa. E para quem gostar de coentros, pode sempre juntar um raminho no final da cozedura. Fica com um sabor!